sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Direto pro acervo...


Fui presenteada com a coleção de livros do Dr. Drauzio Varella lançada pela Zero Hora (RBS Publicações). São 12 livros bem ilustrados e com uma linguagem acessível aos leitores sobre saúde e bem-estar. Os temas são: primeiros socorros (acidentes), dengue e febre amarela, hipertensão e diabetes, obesidade e nutrição, primeiros socorros (doenças), doenças respiratórias, cigarros, bebidas alcoólicas, envelhecimento, cânceres, DSTs e hepatites e Aids. Abaixo, entrevista do Dr. Drauzio sobre a coleção, publicada no jornal Zero Hora:
ZH – Qual o tema que chamará mais a atenção do público?
Varella – Acho que Primeiros Socorros, porque as informações não estão disponíveis no mercado. Essas coisas básicas afetam muito as pessoas, como queimaduras, cortes, picadas de bichos ou como atender uma pessoa que sofreu um acidente. Também abordamos o que fazer com alguém que apresenta sangramento e queda. Tem praticamente todas as emergências do dia a dia.
ZH – O que fazer em caso de queimaduras, por exemplo?
Varella – Passam manteiga, gelo, pomadas, esfregam o cabelo ou colocam café. Na verdade, o que se faz é nada. Só se coloca a queimadura em água corrente por cinco minutos. Se for pequena, está resolvida. Se forem áreas mais extensas, mais graves, procura-se um médico para cuidados específicos. Quando as pessoas passam tudo aquilo que foi dito no início, é um grande problema. Fica muito complicado conseguir tirar os resíduos no hospital depois.
ZH – Como é possível esclarecer a população sobre saúde sem incentivar o autodiagnóstico e a automedicação?
Varella – Não se trata disso. Tem de explicar como as pessoas devem agir e quando buscar um médico. Por exemplo, na parte de pressão alta, não falamos o nome de nenhum remédio. Explicamos o que é a pressão alta e como se deve agir quando a medicação receitada dá algum efeito colateral. Quem tem de decidir a medicação é o médico. Nossa intenção é sempre dar essas orientações gerais.
ZH – Pessoas hoje procuram saber muito sobre saúde. O ritmo acelerado da rotina impede colocar tudo em prática?
Varella – O problema é a quantidade de trabalho que a gente tem. Não são só as horas que se fica no local. Já começa quando alguém está se arrumando para sair, depois leva trabalho para casa, lê e-mails, o celular toca. Hoje, para ter uma vida saudável, deve-se ter tempo para atividade física. Não consigo imaginar uma vida saudável sedentária. O ser humano não foi feito para passar o dia todo sentado, como se faz hoje em dia. O sedentarismo é a maior parte da complicação dos dias modernos.
ZH – O Grupo RBS está promovendo a campanha Crack – Nem Pensar, e o senhor acompanha o tema. A droga está mais devastadora do que se podia esperar?
Varella – Sim, está muito mais devastadora. O crack é muito barato. Com R$ 10, qualquer criança consegue uma pedra aqui em São Paulo. O crack é uma droga compulsiva. Sei disso porque tenho bastante experiência pelo trabalho nas cadeias. Não se vê ninguém guardar crack. O cara fuma o que tem e só para quando acaba. Não é como o baseado, que fuma pela metade e deixa o resto para depois. Crack é rápido, compulsivo. Um efeito prolongado no começo que, depois do tempo de uso, acaba em alguns segundos.

Nenhum comentário: